Na disputa pela narrativa dos fatos que levaram ao afastamento de uma presidenta legitimamente eleita, este blog assume inquestionavelmente um lado, que é o contrário da mídia "oficial".
Estou do lado da mídia alternativa, do lado das redes sociais (de perfis e grupos que buscam um mundo mais igualitário), de grande parte da mídia internacional mais respeitada do mundo e da ANPUH - Associação Nacional dos Professores Universitários de História.
MANIFESTO "HISTORIADORES PELA DEMOCRACIA"
Corre um rio de intolerância na sociedade hoje, que condiciona a ação de vários grupos. A intolerância está na raiz do ódio, o ódio está na raiz do fascismo.
Não é convencional que as ferramentas da democracia estejam sendo usadas contra a própria democracia.
Estamos assistindo a um golpe de três poderes contra um: o judiciário, o midiático e o legislativo contra o executivo. Ele foi orquestrado por um congresso que alia nossa pior tradição oligárquica com a novidade do fundamentalismo religioso.
Nele, o capitalismo contemporâneo e as tradições mais conservadoras que marcaram a história do país se encontram para reafirmar o projeto excludente das elites desse país. Amostra disso é o fato de que o governo provisório tenha adotado “Ordem e Progresso” como fundamento simbólico, lema emprestado da Primeira República quando a noção de progresso era pautada no evolucionismo social, visava-se uma só evolução rumo à civilização e o resto seria barbárie.
Como professores universitários sabemos que nos últimos dez anos a universidade brasileira vem mudando de cor. Está se tornando mais diversa e de fato mais republicana. O golpe ameaça a continuidade das políticas que buscam a integração da população negra, pobre, indígena na sociedade brasileira. Ameaça brutalmente direitos adquiridos com muita luta por trabalhadores e trabalhadoras do país. Não queremos abrir mão dos princípios das sociedades republicanas, princípios baseados na liberdade e na igualdade. Defendemos a pluralidade e a inclusão social.
Defendemos uma república onde todos são cidadãos. Enquanto o golpe representa a força do passado na sociedade brasileira, com suas bandeiras de privilégio de classe, misoginia, racismo e corrupção, resistir é firmar os valores da democracia e da justiça social. Enquanto houver golpe, haverá resistência.
Dentro da institucionalidade democrática temos forças, no legislativo, no judiciário, na opinião pública, nas mídias alternativas e sobretudo nas ruas temos forças para barrar o golpe. Não se trata de defender esse ou aquele governo ou partido político, mas as regras do jogo democrático.
A presença de Dilma na Presidência da República, com trajetória de luta pela democracia no país representou um grande avanço para a luta das mulheres. A história fará justiça ao seu governo e reconhecerá seu esforço em tornar o Brasil um país mais justo. Sabemos que não houve crime de responsabilidade a justificar o afastamento.
Já temos fonte segura a comprovar a hipótese que vínhamos sugerindo há meses, de que um golpe vinha sendo gerado. Espera-se que a Justiça comece pelo menos a considerar a hipótese do golpe, avançando na coleta de provas e decidindo de acordo com elas.
Historiadores do futuro, para fazer a história desse golpe não vão poder se pautar na grande imprensa; eles terão que contar com a mídia alternativa, com as redes sociais e com a imprensa internacional.
Sabemos que está em disputa, na sociedade, na mídia e no governo interino a narrativa desse evento.
Nossas vozes, somadas, defendem o retorno de Dilma à presidência e a realização de ampla reforma política e jurídica que aprofunde as conquistas democráticas do povo brasileiro.
Brasília, 07 de junho de 2016.
Crédito do texto e mais informações aqui.
Vídeo oficial do movimento aqui.
Na disputa pela narrativa dos fatos que levaram ao afastamento de uma presidenta legitimamente eleita, este blog assume inquestionavelmente um lado, que é o contrário da mídia "oficial".
Estou do lado da mídia alternativa, do lado das redes sociais (de perfis e grupos que buscam um mundo mais igualitário), de grande parte da mídia internacional mais respeitada do mundo e da ANPUH - Associação Nacional dos Professores Universitários de História.
MANIFESTO "HISTORIADORES PELA DEMOCRACIA"
Corre um rio de intolerância na sociedade hoje, que condiciona a ação de vários grupos. A intolerância está na raiz do ódio, o ódio está na raiz do fascismo.
Não é convencional que as ferramentas da democracia estejam sendo usadas contra a própria democracia.
Estamos assistindo a um golpe de três poderes contra um: o judiciário, o midiático e o legislativo contra o executivo. Ele foi orquestrado por um congresso que alia nossa pior tradição oligárquica com a novidade do fundamentalismo religioso.
Nele, o capitalismo contemporâneo e as tradições mais conservadoras que marcaram a história do país se encontram para reafirmar o projeto excludente das elites desse país. Amostra disso é o fato de que o governo provisório tenha adotado “Ordem e Progresso” como fundamento simbólico, lema emprestado da Primeira República quando a noção de progresso era pautada no evolucionismo social, visava-se uma só evolução rumo à civilização e o resto seria barbárie.
Como professores universitários sabemos que nos últimos dez anos a universidade brasileira vem mudando de cor. Está se tornando mais diversa e de fato mais republicana. O golpe ameaça a continuidade das políticas que buscam a integração da população negra, pobre, indígena na sociedade brasileira. Ameaça brutalmente direitos adquiridos com muita luta por trabalhadores e trabalhadoras do país. Não queremos abrir mão dos princípios das sociedades republicanas, princípios baseados na liberdade e na igualdade. Defendemos a pluralidade e a inclusão social.
Defendemos uma república onde todos são cidadãos. Enquanto o golpe representa a força do passado na sociedade brasileira, com suas bandeiras de privilégio de classe, misoginia, racismo e corrupção, resistir é firmar os valores da democracia e da justiça social. Enquanto houver golpe, haverá resistência.
Dentro da institucionalidade democrática temos forças, no legislativo, no judiciário, na opinião pública, nas mídias alternativas e sobretudo nas ruas temos forças para barrar o golpe. Não se trata de defender esse ou aquele governo ou partido político, mas as regras do jogo democrático.
A presença de Dilma na Presidência da República, com trajetória de luta pela democracia no país representou um grande avanço para a luta das mulheres. A história fará justiça ao seu governo e reconhecerá seu esforço em tornar o Brasil um país mais justo. Sabemos que não houve crime de responsabilidade a justificar o afastamento.
Já temos fonte segura a comprovar a hipótese que vínhamos sugerindo há meses, de que um golpe vinha sendo gerado. Espera-se que a Justiça comece pelo menos a considerar a hipótese do golpe, avançando na coleta de provas e decidindo de acordo com elas.
Historiadores do futuro, para fazer a história desse golpe não vão poder se pautar na grande imprensa; eles terão que contar com a mídia alternativa, com as redes sociais e com a imprensa internacional.
Sabemos que está em disputa, na sociedade, na mídia e no governo interino a narrativa desse evento.
Nossas vozes, somadas, defendem o retorno de Dilma à presidência e a realização de ampla reforma política e jurídica que aprofunde as conquistas democráticas do povo brasileiro.
Brasília, 07 de junho de 2016.
Crédito do texto e mais informações aqui.
Vídeo oficial do movimento aqui.
Estou do lado da mídia alternativa, do lado das redes sociais (de perfis e grupos que buscam um mundo mais igualitário), de grande parte da mídia internacional mais respeitada do mundo e da ANPUH - Associação Nacional dos Professores Universitários de História.
Não é convencional que as ferramentas da democracia estejam sendo usadas contra a própria democracia.
Estamos assistindo a um golpe de três poderes contra um: o judiciário, o midiático e o legislativo contra o executivo. Ele foi orquestrado por um congresso que alia nossa pior tradição oligárquica com a novidade do fundamentalismo religioso.
Nele, o capitalismo contemporâneo e as tradições mais conservadoras que marcaram a história do país se encontram para reafirmar o projeto excludente das elites desse país. Amostra disso é o fato de que o governo provisório tenha adotado “Ordem e Progresso” como fundamento simbólico, lema emprestado da Primeira República quando a noção de progresso era pautada no evolucionismo social, visava-se uma só evolução rumo à civilização e o resto seria barbárie.
Como professores universitários sabemos que nos últimos dez anos a universidade brasileira vem mudando de cor. Está se tornando mais diversa e de fato mais republicana. O golpe ameaça a continuidade das políticas que buscam a integração da população negra, pobre, indígena na sociedade brasileira. Ameaça brutalmente direitos adquiridos com muita luta por trabalhadores e trabalhadoras do país. Não queremos abrir mão dos princípios das sociedades republicanas, princípios baseados na liberdade e na igualdade. Defendemos a pluralidade e a inclusão social.
Defendemos uma república onde todos são cidadãos. Enquanto o golpe representa a força do passado na sociedade brasileira, com suas bandeiras de privilégio de classe, misoginia, racismo e corrupção, resistir é firmar os valores da democracia e da justiça social. Enquanto houver golpe, haverá resistência.
Dentro da institucionalidade democrática temos forças, no legislativo, no judiciário, na opinião pública, nas mídias alternativas e sobretudo nas ruas temos forças para barrar o golpe. Não se trata de defender esse ou aquele governo ou partido político, mas as regras do jogo democrático.
A presença de Dilma na Presidência da República, com trajetória de luta pela democracia no país representou um grande avanço para a luta das mulheres. A história fará justiça ao seu governo e reconhecerá seu esforço em tornar o Brasil um país mais justo. Sabemos que não houve crime de responsabilidade a justificar o afastamento.
Já temos fonte segura a comprovar a hipótese que vínhamos sugerindo há meses, de que um golpe vinha sendo gerado. Espera-se que a Justiça comece pelo menos a considerar a hipótese do golpe, avançando na coleta de provas e decidindo de acordo com elas.
Historiadores do futuro, para fazer a história desse golpe não vão poder se pautar na grande imprensa; eles terão que contar com a mídia alternativa, com as redes sociais e com a imprensa internacional.
Sabemos que está em disputa, na sociedade, na mídia e no governo interino a narrativa desse evento.
Nossas vozes, somadas, defendem o retorno de Dilma à presidência e a realização de ampla reforma política e jurídica que aprofunde as conquistas democráticas do povo brasileiro.
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