TRAVESSEIRO SUSPENSO POR FIOS DE NYLON

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vá além do mundo das aparências, vença a ignorância interior.

Shiva Nataraja (o Senhor da dança)
Índia, Tamil Nadu, período Chola, século 11. Musée Guimet, em Paris

Shiva é o Deus supremo, o meditante e o benevolente, onde reside toda a alegria.

Nataraja neste aspecto, Shiva aparece como o rei dos dançarinos.

Ele dança dentro de um círculo de fogo, símbolo da renovação e, através de sua dança, cria, conserva e destrói o universo.

Shiva Nataraja é a personificação da dança e das transformações; sua dança é um ritual de morte (ao 'velho', a uma persona) e renascimento: de um novo corpo, uma nova identidade, um novo ciclo. O calor no corpo queimando: velhos padrões psíquicos, antigos modos de ser, ver, e sentir.
 Representa o eterno movimento do universo que foi  impulsionado pelo ritmo do tambor e da dança.
Apesar de seus movimentos serem dinâmicos, como mostram seus cabelos esvoaçantes, Shiva Nataraja permanece com seus olhos parados, olhando internamente; ele se fixa em sua própria natureza, seu ser interior, que é perene, em atitude meditativa. Ele não se envolve com a dança do universo, pois sabe que ela não é permanente.
Em uma das mãos, ele segura o Damaru, o tambor em forma de ampulheta com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo.
Na outra, traz uma chama, símbolo da transformação e da destruição de tudo que é ilusório.
As outras duas mãos encontram-se em gestos específicos. À direita, cuja palma está à mostra, representa um gesto de proteção e bênçãos. A esquerda representa a tromba de um elefante, aquele que destrói os obstáculos.
Shiva Nataraja  pisa com seu pé direito sobre as costas de um anão. Ele é o demônio da ignorância interior, a ignorância que nos impede de perceber nosso verdadeiro eu.
O pedestal da estátua é uma flor de lótus, símbolo do mundo manifestado.

A imagem toda nos diz:
"Vá além do mundo das aparências, vença a ignorância interior e torne-se Shiva, o meditador, aquele que enxerga a verdade através do olho que tudo vê (terceiro olho).”


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