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domingo, 17 de março de 2013

BRASIL - IDH - DESIGUALDADE SOCIAL


DESIGUALDADE SOCIAL FAZ IDH DO BRASIL DIMINUIR CERCA DE 30%


A desigualdade na distribuição de renda no Brasil faz com que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011 do país fique 27,7% menor. Conforme ranking divulgado nesta quarta (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil registrou IDH de 0,718 neste ano, marca que situa o país no grupo dos países com desenvolvimento humano elevado.


O IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD) foi criado pelo Pnud em 2010 para retratar como as desigualdades internas podem limitar o desenvolvimento humano nos países. Enquanto o IDH clássico é um índice potencial, o Idhad retrata melhor a situação real de um país.


“É uma questão de conceito. Não basta viver em uma sociedade que tenha, na média, um bom indicador de saúde, de renda, de educação, mas na qual as pessoas convivam com diferenças no dia a dia. Conceitualmente, é relevante considerar a desigualdade”, explicou o economista do Relatório de Desenvolvimento Humano brasileiro, Rogério Borges de Oliveira.


No Brasil, quando o IDH é ajustado para as desigualdades internas de educação, saúde e renda, cai de 0,718 para 0,519, resultado próximo ao de países como a República Dominicana e o Suriname.


O impacto negativo da desigualdade no IDH do Brasil, de 27,7%, é maior que a média de perda global, de 23%, e a dos países da América Latina, de 26,1%. Os países que mais perdem com a desigualdade são a Namíbia (em que o IDHAD é 43,5% menor que o IDH), Serra Leoa (queda de 41,6%), a República Centro-Africana (queda de 40,6%) e o Haiti ( queda de 40,2%).


Para calcular o IDH ajustado à desigualdade, o Pnud considera as mesmas dimensões utilizadas no IDH original: saúde, conhecimento e renda. No caso brasileiro, o maior responsável pela perda por causa da desigualdade é o quesito renda.


Segundo Oliveira, o Brasil e os outros países da América Latina têm avançado atualmente na redução das desigualdades. Para ele, o impacto dos programas de transferência de renda deverá refletir-se no índice nos próximos anos. “O IDH não é o melhor instrumento para avaliar políticas públicas no curto prazo. Mas espera-se que, a cada cinco ou dez anos, já tenhamos impacto dessas políticas no índice”.


O Pnud também divulgou hoje o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que vai além da renda e avalia privações nas áreas de saúde, educação e padrão de vida para avaliar se uma pessoa é pobre. O índice considera privações em dez indicadores, como nutrição, acesso à água potável, saneamento, acesso à energia e anos mínimos de escolaridade. É considerado multidimensionalmente pobre o indivíduo privado de pelo menos um terço dos indicadores.


No Brasil, segundo o Pnud, 2,7% da população estão nesse tipo de pobreza. São cerca de 5 milhões de pessoas. Outros 7% da população correm o risco de entrar nessa condição, de acordo com o levantamento.


Homens e mulheres


Já a desigualdade de condições entre homens e mulheres deixa o Brasil atrás de 79 países em um ranking de 146 nações, segundo dados do Pnud. O Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) é um dos indicadores complementares ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).


O IDG é uma medida composta que reflete a desigualdade entre homens e mulheres em três dimensões: saúde reprodutiva, capacitação e mercado de trabalho, de acordo com o Pnud. O índice considera variáveis como mortalidade materna, gravidez na adolescência, assentos do Parlamento nacional e taxa de participação na força de trabalho.


No Brasil, 48,8%s mulheres adultas têm alcançado pelo menos o nível de educação secundária, contra 46,3% dos homens. O país reduziu significativamente a taxa de mortalidade materna nos últimos anos, que caiu de 110 para 58 a cada mil nascimentos, entre 2010 e 2011. No entanto, apenas 9,6% dos assentos do Congresso Nacional são ocupados por mulheres. Na Suécia, por exemplo, essa proporção é 45%. Outro fator de desigualdade de gênero marcante no Brasil é a participação no mercado de trabalho: a taxa é 60,1% para as mulheres e 81,9% para os homens.


Os resultados no IDG deixam o Brasil na 80ª posição do ranking, atrás do Chile, da Argentina, do Peru, México, da Venezuela e até dos árabes como a Líbia, o Líbano e o Kuwait. Os melhores índices são da Suécia, dos Países Baixos e da Dinamarca. Os piores desempenhos, que refletem desigualdades mais profundas entre homens e mulheres, são do Iêmen, Chade e Níger. O Irã é o 92° colocado no ranking. A Arábia Saudita aparece na 135ª posição.


Fonte: Agência Brasil

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