TRAVESSEIRO SUSPENSO POR FIOS DE NYLON

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Empatia perdida...

Resgate da Empatia


Em que momento das nossas vidas tornamo-nos indiferentes?

Quando e por qual motivo aceitamos toda a dor do outro como algo inevitável?


Vejo a todo o momento indivíduos trocando a empatia pelo alívio “Que bom que o sofrimento é alheio, ainda bem que a indignidade é do próximo, graças a Deus que a carne que dói não é a minha”.


Gente admitindo sem questionar justificativas para todo o tipo de misérias, entendendo que elas podem ser desígnio misterioso de Deus, karma, pobreza de espirito, falta de empenho, ação de entidades demoníacas... Mas nenhuma dessas explicações muda o fato de que há pessoas sofrendo e que muitos de nós perdemos há tempos a capacidade que temos ao nascer de nos identificarmos afetivamente com nosso semelhante.

Há um conceito amplamente difundido e aceito que atribui unicamente a pessoa que sofre a culpa pelo seu sofrimento, ignorando que o modo de produção em que estamos inseridos não dá a todos os indivíduos as mesmas condições e oportunidades ( ao contrário do que nos ensinam a acreditar ). Usam as poucas exceções que conseguem escapar da pobreza como parâmetro para responsabilizar os que não conseguem o mesmo feito.

Mas apenas por um instante, olhe para o seu interior e questione se a criança que vive privada da satisfação de suas necessidades mais básicas como alimento, afeto, condições dignas de vida, é mesmo tão diferente da criança da sua família. O fator que diferencia um recém nascido do ventre químico dependente de uma moradora de rua do herdeiro planejado não é natural, é uma construção social.

Não quero dizer com isso que a culpa é minha ou sua, sequer penso que é uma questão para se estabelecer culpados. É mais uma questão para se estabelecer um olhar, na esperança de que ao deitarmos nossos olhos no outro possamos enxergar além das diferenças sócio culturais a essência humana comum a todos nós. Quem sabe se esse olhar não nos restitui a empatia perdida...

Texto de: Angela Fakir

4 comentários:

  1. Muito oportuno o texto. Gostei!!! Beijão. Ro.

    ResponderExcluir
  2. Um texto simples, não é profundo, mas consegue nos chamar para a necessária generosidade, cada vez mais esquecida. Que bom que gostou. Beijo pra vc também Ro.

    Magali

    ResponderExcluir
  3. Também gostei do texto. Essa empatia é fundamental, é necessária na minha vida e minha prática na sala de aula.
    Abraços
    Rose

    ResponderExcluir
  4. Oi Rose, entendo que a relação de empatia é a base para quem busca ser um Educador. Obrigada pela visita querida. Um abraço pra vc também. Magali

    ResponderExcluir

Caso queira, faça seus comentários, observações, correções. Grata pela visita.